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Autor: Jacques Malka Y Negri
Data: 30.10.2005
Sobre o tema em discussão na edição de 17/10: “Advocacia”, o apontado índice de reprovação no último exame da OAB/SP (90%) é sim alarmante. Porém, não menos preocupante, é saber que dos minguados 10% aprovados, quase nenhum deles exercerá a profissão na qualidade de advogado. Não é de hoje que os universitários em sua esmagadora maioria, desde o início do curso superior são estimulados a se preparar para concursos públicos em busca da “estabilidade financeira”. Com isso, não praticam a advocacia, nem mesmo durante a fase do estágio. Como conseqüência, menos advogados vêm ao mercado, e mais bacharéis vão para os cargos públicos. Aos 25 anos, estão julgando processos de enorme complexidade, atuando como Promotores em casos rumorosos. E com que prática? Com que experiência de vida? Basta a teoria? Estas perguntas não encontram respostas nos livros acadêmicos. Quem garante que quanto maior o número de aprovados, menores serão os desvios dos profissionais do Direito? Os mais capacitados também se desviam. Já dizia um Ministro do STJ, que “essa profissão é tão incompreendida pela maioria, porque se exercita em meio a choques de interesses, o que significa que sempre haverá alguém contrariado”.
Exerço a profissão há ininterruptos 20 anos e posso afirmar: o maior desejo do cliente é confiar no seu advogado, encontrar um profissional que converse, escute e se esforce para compreender a necessidade do cliente, que destine a ele um tratamento humanitário, que tenha humildade para troca de idéias, saiba aceitar sugestões e tenha coragem para admitir erros e desaconselhar aventuras judiciais.
Outubro/2005